Capítulo 6 – Notas & Ruidos

Por.: Luiz Galvão

“O Blues é o número 1 !!!”

O título da minha primeira postagem, foi inspirado num brado dito repetidas vezes pelo nosso
amigo, o baterista Flávio Lazzarin (aka Tubarão), numa noite de devaneios e loucura. Por sua
vez, ele se inspirou no brado do Jon Spencer na música Flavor.
A grande maioria dos guitarristas começa a tocar por causa do rock’n’roll e comigo não foi
diferente. Apesar da trilha sonora do meu lar, na minha tenra idade, ser eclética (Abba, Ray
Connif, música caipira, Raul Seixas, Roberto Carlos, Ennio Morricone, Henry Mancini, Clara
Nunes, Elis Regina, Madonna, Waldir Azevedo, Camisa de Vênus, Ramones, Janis Joplin, Legião
Urbana…), o gênero musical que assumi primeiro por “conta própria” foi o rock.
Praticamente dos 10 aos 18 anos, minha prioridade foi o rock e seus infinitos subgêneros. Mas,
ainda nesse período, foi desvendado pra mim que no punk dos Dead Kennedys, no hard da
trinca clássica britânica (Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin) ou na psicodelia de Jimi
Hendrix, existia uma gênese comum e ela era afro norte-americana.
Descobri que a semente do blues germinou o supracitado rock’n’roll, o soul, o jazz, o funk… Se
fôssemos capazes de fazer sua árvore genealógica, certamente ela teria galhos contemplando
diversas vertentes da música popular universal, que a primeira vista, não enxergaríamos o
“elemento blues”. Como não poderia deixar de ser, a Nomade Orquestra bebe da fonte do
blues, de forma sutil e também explícita, como é o caso da música Rinoceronte Blues, que tem
um sample da versão de Son House para a canção John The Revelator.
O tempo passa, modas acabam, ondas quebram, gêneros ficam datados, mas a raiz forte
permanece aí; viva e perene. Afinal de contas, o blues é o número 1!

 

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